9 de out. de 2012

Saúde: Saltinho virou manchete nacional

Postado por Eduardo Monte Bello


Saltinho virou manchete nacional com a aparição da cidade em reportagem exibida no Globo Repórter dessa última sexta-feira, dia 1º de Abril.

Infelizmente, o que foi exibido a todos os brasileiros não foi nenhuma piadinha sem graça fazendo jus ao "dia da mentira"; pelo contrário, a reportagem exibiu a mais crua realidade, a saber, a desorganização e desleixo que atualmente a de Saúde de Saltinho vêm recebendo nesses últimos anos.
A questão da médica ginecologista Maria Cristina Petrini com seus quatro empregos, trabalhando ao todo 241 horas por semana (mesmo a semana tendo apenas 168 horas), e onde um desses empregos era no Posto de Saúde de Saltinho, exibe apenas a ponta do iceberg de uma Secretaria hoje sem gerência municipal.
De "Serviço de Excelência" oferecido pelo município ainda há alguns anos atrás, invejado e copiado pelos nossos vizinhos, a Saúde em Saltinho está doente, sofrendo de males agudos, em alguns casos, crônicos.
Falta de assistente social, falta de medicamentos e ambulâncias sucateadas; veículos em péssimo estado de higiene, excesso de estagiários e atrasos de médicos em plantões; ausência de médicos em horários de picos de atendimentos e funcionários cumprindo carga horária menor que aquilo que está em contrato são alguns dos problemas encontrados atualmente no Departamento de Saúde de Saltinho.
Juntamente com os problemas citados acima, três grandes males estão agindo nesse instante na área Saúde de nosso município, a meu ver:
1-) o mal da ingerência causado pela falta de pessoal competente da área da saúde capacitado para administrar essa pasta;
2-) também o mal da ganância de médicos irresponsáveis que atuam em diversos empregos não cumprindo toda a carga horária que eles deveriam cumprir no município para poder cobrir os demais empregos;
3 -) por fim, o mal da conivência, esse último aparece quando o mal da ganância e o mal da ingerência se encontram e convivem no mesmo espaço, no mesmo organismo. Esse mal é causado pela aceitação dos administradores em deixar o médico atender apenas o que está na agenda, ou seja, um número limitado de pessoas, e depois disso ele deixa o seu trabalho para ir às pressas a outro emprego, mesmo que em seu contrato, ele devesse ficar na cidade por mais duas ou quatro horas.
Na realidade, indo na contramão dessas diretrizes - a pedido do gabinete do prefeito - a Câmara rejeitou há um mês um requerimento onde dois vereadores de oposição solicitavam ao prefeito informações sobre o contrato entre a prefeitura e uma empresa prestadora de serviços na área da saúde.
Agindo dessa maneira, Prefeitura e Câmara estão apenas botando panos quentes nessa situação crônica, fazendo com que a Saúde Pública Municipal esteja caminhando na contra mão do SUS, do bolso do contribuinte e da real necessidade dos cidadãos carentes de uma saúde pública de qualidade.