9 de out. de 2012

Lurdes no País das Maravilhas


Por Theo Sarapo


Lurdes afirmou na edição do dia 29 de outubro do jornal particular do maridão que "moramos em um município maravilhoso". Sim, a musa trash da câmara de vereadores crê piamente que somos um povo privilegiado por sermos amparados pela poderosa égide do casal peronista tardio da Avenida 7 de Setembro.


A primeira dama acredita tanto que habitamos numa espécie de Canaã terrestre que exige do cônjuge um portal de entrada da cidade no estilo kitsch que virou moda em alguns municípios do interior paulista como Rio das Pedras e Paulínia. E ai de Grilo se não atendê-la. Terá que aguentar o muxoxo da esposa pelo resto de seu mandato que (torcemos todos) se findará em 31 de dezembro de 2012. Justamente dela que já exibe um rancor interno e permanente que se manifesta através de um beicinho, como se o mundo devesse alguma coisa para ela.


Na lógica do absurdo de Lurdes, Saltinho faz as vezes do país da maravilhas ou "Wonderland", segundo o título original em inglês da obra de Lewis Carroll "Alice no País das Maravilhas". Onde o seu portal seria a toca do coelho que se transporta para um lugar fantástico habitado por criaturas sui-generis.





De certo modo vivemos sim em uma país das maravilhas como sugere a vereadora. Observe o nosso asfalto produzido com a espessura de um Kinder Ovo. Olhai a nossa pista de skate, erguida para esfolar os seus usuários. Repare a nossa principal obra de abastecimento de água, em construção em plena propriedade privada. Note as numerosas e onerosas viagens de Grilo para Brasília, superando até as do governador Geraldo Alckmin em milhas, dentre outras "maravilhas" que encontramos somente aqui.


Lurdes, a Alice passada da idade, enxerga uma cidade sem problemas, segura e feliz. Vê tudo segundo a ótica do Gato Risonho ou Gato de Cheshire, personagem do romance de Carroll representado por um gato de sorriso pronunciado e sua capacidade de aparecer e desaparecer. Além de ser um dos únicos integrantes da trama a travar diálogo diretamente com Alice. Quem seria o Gato Risonho? Ora, claro que ele: Grilo. Quem em nosso convívio tem a capacidade de aparecer e desaparecer? Repórter do CQC na cola? Grilo desaparece. Passeio ciclístico com finalidades eleitoreiras? Grilo aparece. E qual outra figura trava mais diálogos com a Alice versão king-size? É claro que ele: Grilo. Seja na alcova, no gabinete, no supermercado, na rua, no carro, na cozinha ou no banheiro. O Gato Risonho está lá, disposto a convencer Alice GG a defendê-lo incondicionalmente perante a terrível dupla de maus vereadores da oposição.


Eis o nosso País das Maravilhas, caros conterrâneos. E como vai terminar essa história? Perguntem ao Gato Risonho. Mas esconda a sua carteira.