18 de out. de 2012

Ao mestre com carinho





Por Eduardo Montebello

Dizem por aí que heróis não existem, que eles são apenas uma invenção da mente humana para preencher um vazio que a falta de ideais nos proporciona. Que tolice.

Eu tenho um herói.

Meu herói não sabia voar, não tinha super-poderes, muito menos uma boa condição física.

Meu herói não era uma unanimidade. Ele tinha qualidades admiráveis, invejáveis, infinitas, mas como todo ser humano, ele também tinha seus defeitos.

Meu herói, sorria e chorava, alegrava-se e indignava-se, se contentava e se angustiava com a vida, a humanidade e com o futuro.

Meu herói era a mais simples, pura e maravilhosa composição feita por Deus. Meu herói era um ser humano chamado Wanderlei Moacyr Torrezan, o meu grande mestre, Wandinho.

O meu herói faleceu neste dia 17 de outubro. Ele “saiu da vida para entrar na História”.

Meu herói cumpriu uma missão ímpar enquanto esteve entre nós. Ele combateu os maiores vilões da humanidade até o último momento de sua vida.

Ele combateu incansavelmente os vilões da injustiça social, da desigualdade e da miséria.

Ele lutou pelo povo.

Ele lutou especialmente por Saltinho e pela pátria Saltinhense, e como todo herói digno desse título, ele nunca exigiu nada em troca.

Meu herói teve várias fases.

Meu herói foi membro atuante do grupo jovem da Igreja ainda na época do padre Zé Maria; ele foi membro e presidente do Centro Comunitário de Saltinho; foi membro do grupo amizade; ele foi técnico da Saltinhense; ele foi funcionário público do Posto de Saúde de Saltinho; foi vereador e Presidente da Câmara de Vereadores de Saltinho; foi duas vezes Prefeito da cidade.

Meu herói mostrou que não é necessário ser super-humano para sonhar, realizar e vencer na vida. Ele mostrou que mesmo em face de todas as dificuldades materiais e físicas, é possível conquistar um ideal.

Meu herói me ensinou muito, agora chegou a hora de caminhar sem mais sua presença ao meu lado, mas com seu exemplo, ensinamentos e boas lembranças em mente.

Penso que cabe nesse momento uma frase de São Paulo à Wandinho:

Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia”.

Até um dia Wandinho!

Ao mestre com carinho.



Poema de Natal
Vinicius de Moraes
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —

Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia

Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

9 de out. de 2012

Triste Realidade...


Capim como remédio?



Postado por Eduardo Monte Bello
Chegou ao nosso conhecimento esta semana mais uma Licitação realizada entre a prefeitura de Saltinho e a empresa Ecoterra.
O contrato dessa vez tem como objeto a “execução de serviços manutenção de áreas públicas e capinação química no Município de Saltinho, com fornecimento de mão-de-obra, equipamentos e ferramentas”.
O que nos assustou neste contrato não foi nenhuma irregularidade em seu teor até o momento, mas o valor deste contrato: R$466.690,00 para um contrato de 12 meses.
Imaginando Saltinho como um condomínio fechado, a mensalidade que seus moradores estão pagando apenas para capinação é de R$ 38.890,83 reais. Chegando ainda mais longe e usando o último censo do IBGE como base (2010), cada morador da cidade está tendo que desembolsar R$ 64,81 reais por ano, ou R$ 259.27 reais para uma família de quatro pessoas.
O mais triste é que este é um contrato o qual a atual administração não iria conseguir arcar. No entanto, para evitar problemas de caixa, ela aumentou em 10% o IPTU da cidade em dezembro passado, ou melhor, 66% a mais do que o real aumento da inflação no mesmo período. Mais uma vez, é do bolso do saltinhense que sai o patrocínio para bancar essa ação.
A prioridade de Grilo é maquiar a cidade com guias pintadas e calçadas capinadas, numa venda falsa da imagem que sua administração funciona, tendo a cidade como “bonitinha” ou “arrumadinha”. Para isso, ele usa uma considerável soma do orçamento da cidade. Soma esta que seria de melhor serventia em áreas da saúde ou em projetos sócio-educacionais.
Para se ter uma idéia mais clara do que estamos expondo aqui, a prefeitura gastou em 2010 apenas R$133.700,20 reais em medicamentos para a população, segundo dados apresentados na última audiência pública de saúde de Saltinho em 2010. Portanto, a prefeitura gastou apenas R$ 16,24 reais em remédios para cada cidadão saltinhense no ano passado, ou seja, 310% a menos do que ela gastou em serviços de capinação em seu contrato com a Ecoterra.
Não estamos aqui desconsiderando um serviço – o qual é essencial e deve ser feito – estamos sim, criticando seu valor, o qual para nós é descabido, para não dizer absurdo. Um luxo para poucos. Um luxo o qual temos certeza que a população gostaria que fosse aplicado em áreas prioritárias e as quais esta administração está deixando a desejar.
Outro fato, desde setembro de 2010, 300 alunos estão sem aulas nos cursos das oficinas municipais. Isso por que a prefeitura já tinha gasto toda a quantia permitida por lei com os professores das oficinas.
O que estamos assistindo nesses dois últimos anos em Saltinho é uma má gerencia do dinheiro público visando um governo “à moda Barjas Negri”. A diferença é que Barjas é economista, possui boa formação, preparo, e tem uma boa equipe ao seu lado. Já Grilo, sem preparo e sem formação tenta alegrar compadres e comadres com sua varinha mágica. O grande problema pra ele é que o poder da sua varinha acabou.

Fonte dos dados do contrato: Diário Oficial de Piracicaba, 19/06/2010.



Ultraje a Rigor.



Postado por Eduardo Monte Bello

Ao assistir a sessão da Câmara de ontem (08/02/2011) pela internet, fiquei surpreso com a fala do vereador Florindo quando este subiu à tribuna para se pronunciar no "Grande Expediente" da Câmara.
O "Grande Expediente" para quem não sabe, é a segunda parte de uma sessão regular da Câmara, onde o vereador pode subir à tribuna para debater qualquer assunto que ele achar pertinente.
Ao comparecer à tribuna, Florindo queixou-se da falta de consideração que a Prefeitura estava tendo em relação ao seu bairro (Jardim Palmares), principalmente do que se refere a "manutenção e demais cuidados com as áreas verdes do bairro".

Continuando sua queixa, Florindo ressaltou o descaso com a capinação dessas áreas verdes, tendo ele recebido muitas críticas dos moradores do bairro, devido ao mato alto encontrado nesses lugares.
Florindo afirmou que estava triste em ver funcionários da prefeitura parados em plena três horas da tarde, enquanto a área verde de seu bairro continua sem atenção e maiores cuidados por parte da prefeitura. Ele chegou a ressaltar o perigo do mato alto nessas áreas afirmando que ele, juntamente com outros moradores, tinham matado duas cobras no local, o que representa um perigo para as crianças que ali brincam.
Ouvindo essas queixas, o vereador Carlos Borges interrompeu o Florindo afirmando que ele achava estranho a prefeitura ter que fazer a capinação da área já que a mesma fez um contrato colossal com a empresa Ecoterra para executar esse tipo de serviço em Saltinho (R$466.690,00 por 12 meses).
Infelizmente, o que foi visto nessa sessão foi a confirmação por parte do vereador Florindo - um dos vereadores mais próximos da atual administração - que nem a prefeitura, muito menos a empresa Ecoterra estão fazendo aquilo que eles tem por obrigação, ou seja, executar os serviços os quais a população está pagando por eles.
Contudo, o maior motivo de nossa indignação é saber que pagamos impostos e não temos os serviços realizados de maneira satisfatória (quando temos sorte de ter esses serviços executados). Além disso, pagar R$ 466.690,00 para uma empresa carpir o mato da cidade é revoltante; não ter isso feito direito é no mínimo imoral, vergonhoso, um ultraje cometido pela prefeitura contra a população.

Editorial - Pane no Sistema


Infelizmente, por um problema supostamente “técnico” na rede da Câmara, ninguém pôde assistir a sessão desta semana (15/02/2011) onde os vereadores julgaram as contas do Prefeito Wandinho.
Temorosos de que esta falha se repita nas próximas semanas – ou mesmo em sessões de maior importância como foi essa última – nós do Blog “A Janela Indiscreta” solicitamos ao presidente da Câmara, José Denilson Beltrame, que disponibilize as gravações das sessões ordinárias e extraordinárias na página da Câmara imediatamente o término da sessão, ou mesmo, nas vinte quatro horas posteriores ao encerramento da mesma.
Temos certeza que ações como essas vão ao encontro das aspirações democráticas e da transparência proferidas pelo atual presidente da Câmara em seus discursos.
Esse tipo de ação já pode ser vista em outras casas legislativas no Brasil, além de já ser uma medida de praxe na Europa e nos Estados Unidos.
Esperamos, por fim, poder assistir e ter as próximas sessões em nossos arquivos no intuito de preservar a democracia, a transparência e a história saltinhense.