9 de out. de 2012

Capim como remédio?



Postado por Eduardo Monte Bello
Chegou ao nosso conhecimento esta semana mais uma Licitação realizada entre a prefeitura de Saltinho e a empresa Ecoterra.
O contrato dessa vez tem como objeto a “execução de serviços manutenção de áreas públicas e capinação química no Município de Saltinho, com fornecimento de mão-de-obra, equipamentos e ferramentas”.
O que nos assustou neste contrato não foi nenhuma irregularidade em seu teor até o momento, mas o valor deste contrato: R$466.690,00 para um contrato de 12 meses.
Imaginando Saltinho como um condomínio fechado, a mensalidade que seus moradores estão pagando apenas para capinação é de R$ 38.890,83 reais. Chegando ainda mais longe e usando o último censo do IBGE como base (2010), cada morador da cidade está tendo que desembolsar R$ 64,81 reais por ano, ou R$ 259.27 reais para uma família de quatro pessoas.
O mais triste é que este é um contrato o qual a atual administração não iria conseguir arcar. No entanto, para evitar problemas de caixa, ela aumentou em 10% o IPTU da cidade em dezembro passado, ou melhor, 66% a mais do que o real aumento da inflação no mesmo período. Mais uma vez, é do bolso do saltinhense que sai o patrocínio para bancar essa ação.
A prioridade de Grilo é maquiar a cidade com guias pintadas e calçadas capinadas, numa venda falsa da imagem que sua administração funciona, tendo a cidade como “bonitinha” ou “arrumadinha”. Para isso, ele usa uma considerável soma do orçamento da cidade. Soma esta que seria de melhor serventia em áreas da saúde ou em projetos sócio-educacionais.
Para se ter uma idéia mais clara do que estamos expondo aqui, a prefeitura gastou em 2010 apenas R$133.700,20 reais em medicamentos para a população, segundo dados apresentados na última audiência pública de saúde de Saltinho em 2010. Portanto, a prefeitura gastou apenas R$ 16,24 reais em remédios para cada cidadão saltinhense no ano passado, ou seja, 310% a menos do que ela gastou em serviços de capinação em seu contrato com a Ecoterra.
Não estamos aqui desconsiderando um serviço – o qual é essencial e deve ser feito – estamos sim, criticando seu valor, o qual para nós é descabido, para não dizer absurdo. Um luxo para poucos. Um luxo o qual temos certeza que a população gostaria que fosse aplicado em áreas prioritárias e as quais esta administração está deixando a desejar.
Outro fato, desde setembro de 2010, 300 alunos estão sem aulas nos cursos das oficinas municipais. Isso por que a prefeitura já tinha gasto toda a quantia permitida por lei com os professores das oficinas.
O que estamos assistindo nesses dois últimos anos em Saltinho é uma má gerencia do dinheiro público visando um governo “à moda Barjas Negri”. A diferença é que Barjas é economista, possui boa formação, preparo, e tem uma boa equipe ao seu lado. Já Grilo, sem preparo e sem formação tenta alegrar compadres e comadres com sua varinha mágica. O grande problema pra ele é que o poder da sua varinha acabou.

Fonte dos dados do contrato: Diário Oficial de Piracicaba, 19/06/2010.