Postado por Eduardo Monte Bello
A aparição de documentos secretos de autoria do Partido Trabalhista inglês sobre seu incentivo à “imigração em massa” – ocorrida entre 2000 a 2010 – foram alvos de duras críticas pelo Partido Conservador esta semana.
Os documentos vieram à tona graças a “Lei da Liberdade de Informação” a qual obriga o governo britânico a dar publicidade a seus atos e a todos os seus documentos.
Nesse documento, o Partido Trabalhista inglês defendeu a ideia da “imigração em massa” como sendo uma saída para cobrir “buracos” em certos postos de trabalhos nos quais os ingleses já não querem mais preencher, seja por seu status irrelevante, seja pelo seu baixo valor econômico. Um segundo argumento em defesa dessa política foi o fato do partido desejar transformar a Inglaterra em um país “Multicultural”.
A partir desse fato, o governo Tony Blair (Trabalhsita) abriu as fronteiras inglesas, primeiro, aos países da Europa do Leste e, em seguida, fez “vista grossa” aos imigrantes dos demais países, segundo os Conservadores.
As consequências dessa ação podem ser vistas nas taxas de imigração da década passada. Essa taxa quadruplicou entre 1997-2007, chegando à média de 237.000 imigrantes por ano, segundo a ONG Migration Watch UK, criada com a finalidade de acompanhar e debater as questões pertinentes dessa área. A mesma ONG informou ainda que nesse mesmo período o total de imigrantes com residência fixa na Inglaterra foi de 3 milhões.
A partir desses números e do aparecimento dos documentos secretos que balizaram essa política migratória, o Partido Conservador endureceu a crítica aos Trabalhistas acusando-os de manipular a imigração com vistas a um favorecimento político.
Os conservadores seguiram a lógica de que 90% dos imigrantes que procuram residência fixa na Inglaterra são desprovidos de dinheiro, educação e qualificação trabalhista, e com isso, veem a Inglaterra como um porto seguro para sua fixação – um país que possui um dos estados de bem-estar social mais desenvolvido do mundo, com seus pujantes benefícios para a população pobre sem distinção entre “pagadores” ou não de impostos; ingleses ou recém-chegados a este país.
Portanto, sendo o Partido Trabalhista visto como um amplo defensor da criação e manutenção de benefícios sociais para à população, os ataques dos Conservadores se dirigiram ao fato de que as reais intenções daquele partido – em relação à imigração em massa – nada mais eram do que a sua perpetuação no poder, sustentado por uma ampla população necessitada de ajuda e benefícios sociais.
Voltando os olhos agora para o Brasil, percebe-se que a mesma lógica fora usada pelo PT com a criação do Bolsa Família e outros benefícios lançados na era Lula. O que pode ser comprovado olhando a votação maciça das áreas mais pobres do país nesse partido nas duas últimas eleições para presidente.
Entrando um pouco mais a fundo, o mesmo pode ser visto em muitas cidades aqui da região quando muitos imigrantes sazonais oriundos do trabalho nos canaviais paulistas são seduzidos por políticos a fixar residência e transferir seus títulos eleitorais imediatamente para a cidade em questão.
Por fim, a questão vital desse texto não é de nenhuma aspiração xenófoba, ou contrário a benefícios sociais, ou mesmo contrário um amplo estado de bem-estar social. Esse texto é apenas extremamente contrário à forma como boa parte dos políticos enxergam e tratam o povo, ou seja, apenas como um instrumento de manutenção do seu poder e criador de rendas para muitos de seus projetos absurdos.
Assim como disse Voltarie: “Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros”.